Sobre mim
Conversa com João Miguel Santos para a rádio Observador. Escrita e vivências, mas acima de tudo, a faceta viajante.
Apontamentos de quem não gosta de escrever sobre si. Porque o que importa, afinal, não sou eu. Mas o que fica para lá de mim.
Nasci na Guarda. Cresci entre a Beira e o Algarve, entre pais e avós, irmã, entre uma casa fria e outra pingada de maresia.
Desfiz-me e fiz-me, em Braga e Lisboa.
Parti.
Descobri-me longe, cidadã de um planeta ferido, assustado, esventrado. Colômbia, Afeganistão, Sri Lanka. Regressei aos poucos, nunca mais sozinha, nunca mais parada, nunca mais daqui, nem dali.
A dois, vivi na Finlândia e em Moçambique.
A quatro, parti para a Austrália e tropecei na Malásia.
Cooperante internacional, fisioterapeuta, escritora. Mãe, esposa, amiga, pessoa. Partida e repartida, pelo mundo, por casa incerta.
Feliz de ser assim, de estar viva, de fazer palavras dos dias que me ficaram.
Feliz de saber que há quem leia, e quem continue a teimar em escrever.
Pedaços da minha vida ficam nas crónicas que escrevo. Nesta, sobre Braga. Nesta, sobre viver além fronteiras. Nesta, sobre juntar as minhas duas profissões antes da escrita ⏤ a fisioterapia e os direitos humanos ⏤ trabalhando como voluntária numa casa de convalescença para refugiados, numa aldeia da Malásia. Ou esta, sobre a senhora Filipina que trabalhou connosco três anos.
Tenho dois romances de ficção publicados. O primeiro, No País do foi publicado pela Página a Página e pode ler sobre ele aqui. O Segundo, A Menina Invisível, foi publicado pela Guerra e Paz, e pode ler sobre ele aqui.
Escrevo regularmente numa newsletter virtual que intitulei Escrita e Outras Coisas. Convido-vos a continuarem a ler-me na vossa caixa de correio. Subscrevam aqui:
Outras leituras
Uma obra sobre a fragilidade humana e a imprudência de a esquecer. Sobre erros, consequências e a (im)possibilidade do perdão.
E se, impotente perante a violência, uma menina entrasse tão dentro do corpo, que desaparecesse nele?
Relatos da Malásia, de viagens, do processo de escrita, de trabalho com refugiados. Episódios da minha vida e da vida dos que por mim passam.